sábado, 4 de fevereiro de 2012

Vertical


Decidi dar-me a oportunidade de um novo rumo. Não que eu vá mudar meu estilo de vida radicalmente, mas alguns valores serão seguidos com mais rigor e outros serão simplesmente ignorados. O começo e o porquê disso...

Meu padrinho deu de presente de Natal para meu pai o filme: “Na natureza selvagem”. Quando vi a capa do DVD, vergonhosamente, pensei: “nossa, esse ator é liiiiindo”, e tenho certeza que concordarão comigo. Assisti ao filme com minha mãe e meu pai, com um pouco de sono, algumas pescadas, mas sempre escutando. O cenário do filme era maravilhoso, espetacular; os atores e a música eram incríveis.


Desde o final do ano passado planejava visitar minha prima que estava trabalhando em Sergipe, mas sempre achando que não daria certo. Em janeiro, comentava com meus pais e com meu primo (que me acompanharia na suposta viagem) o que eu queria fazer, mas que talvez não fizesse pela falta de dinheiro. Meu pai simplesmente me encorajou, falou para ir e para eu comprar a passagem. Ao mesmo tempo que fiquei surpresa também não fiquei: o que meu pai fez era de se esperar, mas desde de criança sempre ficava com receio de pedir algo ao meu pai mesmo sabendo que ele não negaria se tivesse condições de dar o que pedia.

Compramos a passagem e viajei. Que viagem! Um choque, uma realidade totalmente convidativa. Um povoado sem ruas asfaltadas, farmácia, polícia. Nunca me senti tão feliz tendo que economizar água no banho, acordar às 6 horas, pedalar, andar de barco e ficar de fora da cidade; que vida boa! As praias sem ninguém, sem bagunça e barulho, lixo e todas aquelas coisas que eu não gosto de suportar. Era também um povoado carismático e receptivo, pescadores com histórias hilárias (mesmo não entendo várias coisas que falavam, ria muito), pessoas boas, engraçadas, felizes e despreocupadas. Era assim que eu via pelo menos.

As pessoas com quem minha prima trabalha são incríveis, não tive oportunidade de dizer isso à eles, mas agradeço imensamente pela hospitalidade e pelas milhares de gargalhadas que dei. Tenho certeza que a liberação de endorfina e dopamina durante esse tempo foi muito maior do que em outros dias que acredito que acabou resultando naquela paixãozinha gostosa.

Fomos embora do povoado em sentido a capital, procurava por um livro pra ler na viagem de volta e lembrei: “Na natureza selvagem”. Comprei.

Fui embora com o coração apertado, mas com vontade de repetir viagens como essa. Fui lendo o livro aos poucos e continuo lendo. Esse livro me impressionou de algum modo, mas o que me chamou atenção até agora foi o seguinte trecho:

“Tanta gente vive em circunstâncias infelizes e, contudo, não toma a iniciativa de mudar sua situação porque está condicionada a uma vida de segurança, conformismo e conservadorismo, tudo isso que parece dar paz de espírito, mas na realidade nada é mais maléfico para o espírito aventureiro do homem que um futuro seguro. A coisa mais essencial do espírito vivo de um homem é sua paixão pela aventura. A alegria da vida vem de nossos encontros com novas experiências e, portanto, não há alegria maior que ter um horizonte sempre cambiante, cada dia com um novo e diferente Sol." (Alex Supertramp)

Recomendo muito que vejam esse filme e leiam o livro, eles mexeram comigo. Não a ponto de agir como o rapaz da história, mas com vontade de agir de maneira diferente: pura, simples e clara.

Por enquanto são só vontades, desejos e planos para viagens futuras e novas experiências. Chances de encontrar um pedaço de mim em cada lugar, me identificar de alguma maneira.

O que também me deixou muito feliz foi quando meu irmão veio me falar: “dexei um presente pra vc na gaveta do seu criado mudo, é um par”. Fiquei meio desconfiada e subi as escadas correndo e achei:

Para você pode ser apenas aquelas pulseiras que são encontradas naquelas feiras de praia, mas para mim é um par pulseiras que foram feitas por ele direcionadas a mim. E isso significou muito.

Um comentário:

  1. Ai, esse post passa uma felicidade tremendaaaaaaaaaaa, que experiência bacana, fiquei feliz por você! Também quero! :(
    Vou ler o livro também.

    A pergunta que não quer calar: Pegou o cara de dreads?

    beijos

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